FANTASMA 1 - O caso do “O QUE”
Pergunta de uma aluna:
“Na construção ‘O que fiz estava certo’, qual seria a função do ‘O’? Eu vi, no gabarito de uma prova, a afirmação de que este ‘O’ seria um sujeito. Procede? Achei estranho.
É sim.
A dificuldade de análise está na construção com o pronome substantivo demonstrativo “o”, seguido do relativo “que”.
São duas orações, já que há dois verbos. A divisão do período em orações seria assim: [“(1) O [(2) que fiz] estava certo.”]. Teríamos, então, o sujeito “O [(2) que fiz]”, com o pronome demonstrativo “o” equivalendo a “aquilo”, [“(1) Aquilo [(2) que fiz] estava certo.”] e sendo o núcleo do sujeito.
Seu predicado é “estava certo”. Confirma-se com a clássica perguntinha: “O que estava certo?” E a resposta surge sem dúvida: [“(1) O [(2) que fiz]...”
A segunda oração, [(2) que fiz], funciona como um adjunto adnominal do núcleo do sujeito, especificando “qual aquilo” ou “qual o” estava certo.
Lembramos que sujeito e outras funções sintáticas são apenas termos que estruturam os segmentos oracionais, e, por isso, nem sempre são entendidos, em sua clareza, do ponto de vista semântico.
Até o próximo “fantasma”!