Fantasmas da Análise sintática 36) Fenômeno da natureza é oração sem sujeito?

Fantasmas da Análise sintática 36) Fenômeno da natureza é oração sem sujeito?

  Mestre, toda vez que houver fenômeno da natureza é caso de oração sem sujeito?  Mesmo na frase “Choveu bolinha de papel no careca que teimava em ficar de pé.

Observe bem: isso não é um fenômeno da natureza. É claro que “chover” tem o sentido de “cair”, e foi a bolinha de papel, o sujeito, que caiu na cabeça do “careca”.

Se for mesmo um fenômeno natural ou condição climática, é, com certeza, caso de oração sem sujeito.

a)    “Choveu intensamente no Rio naquele fim de semana.”

b)    “Neva muito em todo o Canadá.”

c)    “Faz frio no inverno, na serra fluminense.”

d)    “Amanheceu cedo hoje.”

Esses são casos reais de oração sem sujeito

Deve-se, no entanto, ter muito cuidado com os sentidos figurados e construções assemelhadas.

e)    “Choveu papel picado sobre o presidente eleito.”

f)     “Choveram balas sobre os ladrões.”

g)    “Esse inverno trouxe muito frio.”

h)    “A criança amanheceu febril.”

Os sujeitos são, respectivamente, “papel picado”, “balas”, “Esse inverno” e “A criança”.

Que tal aprender esse conteúdo tão complicado, que nunca “entrou”, devidamente, na sua cabeça?

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Fantasmas da Análise sintática 35) É objeto direto ou indireto?

Fantasmas da Análise sintática 35) É objeto direto ou indireto?

Professor, fiquei com dúvida nesta questão:  Na frase “Avisei-o / de que haveria aula, a oração é objeto direto ou indireto?

Tudo parte de um problema de regência verbal. É hora, então, de começar a explicação por essa noção, para que seja mais fácil a compreensão da análise correta.

O problema ocorre nas regências alternativas existentes para o verbo “avisar”: “avisar alguma coisa a alguém” e “avisar alguém de alguma coisa”.

Há duas possibilidades:  

Uma construção correta é: “Avisei-lhe (= ao aluno / OI) que haveria aula (OD, sem preposição).” Nesse caso, se o pronome “lhe” é o objeto indireto, a oração seguinte, iniciada pelo “que”, é um exemplo de objeto direto, oracional.

Porém, o que aparece na frase acima é o segundo: “Avisei-o (= o aluno / OD) de que haveria aula.”

Agora, trata-se de um objeto indireto oracional, com preposição “de”, já que o pronome pessoal “o” é o objeto direto.

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Vida de revisor é difícil 54

Vida de revisor é difícil 54

  Em “Interesses econômicos e projetos sociais, às vezes, se opõem, mas o certo é que, num país com tantos pobres, uns são mais urgentes do que os outros”, eu me confundi em relação ao uso de “uns e outros”. Por que não é possível?

  Realmente, falta clareza à sua frase. Não se sabe quais são “os mais urgentes”? Os ”interesses econômicos” ou os “projetos sociais”. Nessa frase, faltam elementos que permitam ao leitor identificar o que o autor deseja afirmar.    

  Veja, com atenção, as frases originais:

  Ao usarmos “uns” e “outros”, não conseguimos identificar quais são os “mais urgentes”, uma vez que os dois pronomes podem se referir aos “interesses econômicos” e aos “projetos sociais”.

  Agora, o termo “uns e outros” não chega a tirar a clareza necessária à compreensão da frase.

  a) Homens e mulheres não veem tal situação da mesma forma, uns acham os avanços pequenos, enquanto os outros as consideram apressadas.

  Isso porque “homens” e “mulheres” trazem uma diferença de gênero, embora não tendo sido aproveitada no primeiro termo, “uns”, já que não se identifica tal diferença. Tudo, porém, fica nítido quando retomamos um deles ao utilizar a forma “outros”, depois do “enquanto”, pois se vê, claramente, que esse pronome se refere “aos homens”, já que os termos seguintes “as” e “apressadas” se relacionam ao feminino “às mulheres”.

  Vejamos como a frase acaba tendo clareza. Observe, agora, as alterações abaixo feitas na frase da sua pergunta.

  b)      Interesses econômicos e projetos sociais, às vezes, se opõem, mas o certo é que, num país com tantos pobres, os últimos são mais urgentes do que os primeiros. (numerais

c)       Homens e mulheres não veem tal situação da mesma forma, elas acham os avanços pequenos, enquanto eles as consideram apressadas. (pronomes pessoais)

  d)       Homens e mulheres não veem tal situação da mesma forma, aquelas acham os avanços pequenos, enquanto esses as consideram apressadas. (pronomes demonstrativos.

  Dessa forma, vemos que há outras formas de coesão referencial bem mais apropriadas, tornando a frase totalmente clara sem que se repita qualquer palavra.

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Vida de revisor é difícil 53

Vida de revisor é difícil 53

Professor, tenho ouvido muitas pessoas pronunciando e escrevendo “entubar” e outras dizendo ou grafando “intubar”. Afinal, qual é o certo “entubar” ou “intubar”.

    Questões como essa, na pronúncia, na fala, são explicadas como variantes, e devem ser normalmente aceitas. É muito comum, na nossa língua, existirem sons que oscilam entre /e/ e /i/ átonos.

  Acompanhe os exemplos:

a)      Vivemos num país livre. – Fala-se, sem problemas /’livre/ ou /’livri/.

b)      Está na hora de estudar mais. – É normal ouvirmos /estu’dar/ ou /istu’dar/.

Vale lembrar que as barras indicam a realização das palavras na suas falas, e o apóstrofo indica que a sílaba seguinte é tônica.

São variantes e, num país imenso como o nosso, devem ser respeitadas.

Não se deve ficar “em cima do muro”. Vamos lá!

Na escrita, existe uma grafia que é determinada pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, mais conhecido como VOLP, e os dicionários devem seguir o primeiro.

O Houaiss, nosso melhor dicionário, registra “entubar” como forma ideal e cita “intubar” como a não preferencial. Já o VOLP só registra “entubar”; assim, deve-se escrever:

c)      É terrível saber de tantos brasileiros entubados nos hospitais.

d)      Dói mais ainda saber que nem sempre entubam todos os que precisam.


Vida de revisor é difícil 52

Vida de revisor é difícil 52

Mestre, numa aula de português, lembro-me de o professor ter dito que é fácil reconhecer as irregularidades de certos verbos. Falou, inclusive, sobre uns tempos do perfeito. O que é isso?

Vamos lá! Vamos aprender isto: os tempos do perfeito são aqueles que se originam da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo.

São eles: pretérito mais-que-perfeito do indicativo, pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo.

Sabendo a forma “eles” do pretérito perfeito (tempo primitivo), as irregularidades ficam claras e se repetem nos outros três, que, por isso, são chamados de derivados.

Dela, menos a desinência número-pessoal -ram, sempre se formam os três tempos, com as respectivas desinências modo-temporais: "-ra/-re", "-sse" e "-r".

Veja:

- verbo fazer => ontem eles fizeram; logo, eu fizera, se ou quando eu fizesse e se ou quando eu fizer;

- verbo querer => ontem eles quiseram; logo, eu quisera, se ou quando eu quisesse e se ou quando eu quiser;

- verbo r => ontem eles puseram; logo, eu pusera, se ou quando eu pusesse e se ou quando eu puser;

- verbo ver => ontem eles viram; logo, eu vira, se ou quando eu visse e se ou quando eu vir;

- verbo vir => ontem eles vieram; logo, eu viera, se ou quando eu viesse e se ou quando eu vier.

   A maior surpresa é a seguinte: não há exceções! Ou seja, todos os verbos irregulares, nesses tempos, seguem esse esquema!

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