Solução do desafio número 5

Ele inventou uma forma verbal...

Não existe tal conjugação!

Vamos ver o porquê.

É indicativo, pois denota certeza. Trata-se, é óbvio, de um fato pretérito, ou seja, requer um tempo passado. Vê-se, também, que é uma forma composta, pois apresenta o auxiliar “haver” (como opção, poderia ser “ter”) seguido de um particípio. Ah, sim: e está na voz passiva, daí o “sido”.

No modo indicativo, há somente quatro tempos compostos: Pretérito Perfeito, Pretérito mais-que-perfeito, Futuro do Presente e Futuro do Pretérito. Excluídos os dois últimos (futuros), pensamos nos dois outros; porém, para conjugá-los, os auxiliares ficam no Presente e no Pretérito Imperfeito, respectivamente: “tenho ou hei feito” (a segunda é bem estranha para nós, embora comuns nos outros idiomas latinos) e “tinha ou havia feito” (essas são as formas realmente usadas no português brasileiro, no lugar de “fizera”).

 Considerando a forma usada pelo presidente, a conjugação simples correspondente seria “fora recusado”. Essa existe com a desinência “-ra”, característica do mais-que-perfeito.

Perceba que há uma curiosidade nesse tempo. Nós, falantes, preferimos as formas compostas às simples. Dizemos “tinha falado”, “havia saído”, em vez de falarmos “falara” e “saíra”. Ou seja, preferimos usar a forma composta. Por isso, não nos soam estranhas.

Finalmente, a explicação para o “houvera sido recusado”, em vez de “havia sido recusado” ou “tinha sido recusado” só encontra base no desejo de ser diferente, de parecer mais culto, quem sabe, para ser mais admirado, ou respeitado...