É possível não saber o que aparece na própria apostila?
- Professor, o que é /enzame/?
Escrevi a palavra dessa forma, porque esse era o som que eu ouvia na pergunta insistente do aluno:
- Professor, o que é /enzame/?
Ouvi com atenção e respondi que não sabia...
Levei uma bronca:
- Como é possível? Você não sabe o que significa uma palavra que aparece na sua apostila? E ele disse isso já com a apostila na mão...
Meio espantado, fiquei sem saber o que dizer. Retomando o controle, pedi-lhe que me mostrasse.
E lá estava ela: enxame, o coletivo de abelhas...
“Xuxu” com “x”
- Mestre, há um gabarito errado na prova de sábado!
- Gabarito errado? Acho que não! Nós conferimos direitinho. Não vimos erro algum.
- Mestre... Ou então o senhor ensinou errado!
Fiquei preocupado! Era, na época, um jovem professor, com pouco mais de 20 anos... Porém, já estava um pouco “metido a saber”. Será que tinha realmente ensinado algo errado? Pedi-lhe que me trouxesse a tal prova para ver o erro.
A aluna, uma jovem senhora, mostrou-me a resposta que ela considerava um erro:
O enunciado da questão de múltipla escolha pedia que se identificasse a opção em que havia um erro. Ela me apontou a letra D, e disse:
- Veja, mestre! A letra D “diz”: “O xuxu da feira anda muito caro”.
A minha cara de bobo não revelava o meu real espanto! Parei! Com paciência, falei: “a resposta é essa mesmo”. “Xuxu” com “x” está errado! É com “ch”!
A resposta veio rápida:
Então o senhor ensinou errado. Na sua aula, o senhor disse: “’Xuxu’ com ‘x’ só se for na feira...”
Nesse dia, aprendi a ter mais cuidado com as brincadeiras...