Aula 6 – Agente da passiva, aposto e vocativo

1)      Professor, qual é a função dos dois termos iniciados pela preposição “por” nas frases seguintes: a) A mensagem foi enviada por uma secretária novata; b) a) A mensagem foi enviada por um e-mail desconhecido.

Observe que as duas frases estão na Voz Passiva Verbal, daí a forma com o verbo “ser” mais o particípio de “enviar”. Nas duas, o sujeito paciente ou passivo é “A mensagem” – termo que sofre a ação. No entanto, só um deles é o agente do ato de “enviar”: “a secretária novata”. Assim, esse é um exemplo de agente da passiva.

O outro termo iniciado pela preposição “por” representa o meio pelo qual a mensagem foi enviada; por isso, é um adjunto adverbial de meio.

 2)      "Tu foste repreendido por mim" - Eu inverti como "Eu repreendi você". Está errado porque o “tu” pede o “te”, é isso?

 A frase original está na voz passiva, pois o sujeito “Tu” sofre a ação. Passando para a voz ativa, fica “Eu te repreendi” ou “Eu repreendi a ti”.

Observe a mecânica de mudança dos pronomes na passagem para a voz ativa: o pronome pessoal reto “tu”, o sujeito da frase original, passa a objeto direto; portanto, um pronome oblíquo (não o reto, que só é usado como sujeito), que pode ser “te” (oblíquo átono, com preposição implícita) ou “ti” (oblíquo tônico, que sempre precisa de preposição explícita, daí o “a”). Por sua vez, o antigo agente da passiva (“mim”, pronome oblíquo tônico, precedido pela preposição “por”) tem de passar a ser reto, logo só pode ser “Eu”.

Você foi bem, mas usou a forma de tratamento “você”, que, para nós, brasileiros, é equivalente, apesar de não ser adequado à resposta.

3)      "O rio, a cidade, os campos, tudo mudou." Gostaria de entender por que o tudo é aposto. Realmente, eu tenho a mania de achar que aposto vem entre vírgulas. 

O aposto é um termo que se caracteriza por aparecer como uma forma de repetição. Assim, existem quatro tipos de aposto:

a)      “Flavia, a nova aluna, apresentou várias dúvidas.” – Esse é o aposto explicativo, o mais comum, que vem sempre entre vírgulas.

b)      “Flavia quis conhecer melhor as duas funções: aposto e predicativo.” – Esse é o aposto enumerativo ou distributivo, que vem normalmente após dois pontos.

c)      “A nova aluna Flavia não conhecia esse tipo de aposto.”. – Esse é o aposto apelativo ou especificativo, que, normalmente, aparece sem pontuação alguma.

d)      “Uma explicação, várias estratégias, nada a ajudava a entender isso.” – Esse é o aposto resumitivo ou recapitulativo, que, em geral, vem precedido de vírgula.

4)      “Meu amigo, você recebeu essa mensagem? Faz tempo que não o vejo.”

Professor, é verdade que tem de haver uma vírgula depois de “meu amigo”? 

É sim. Esse é o erro mais comum existente entre comunicações nas redes virtuais!

Reparou que quem escreve está se dirigindo a alguém a quem chama de “meu amigo”? Pois, então, a esse termo chamamos vocativo, que, não importa onde venha, sempre tem de ser separado por vírgula(s): “Você recebeu essa mensagem, meu amigo?” Mesmo que venha em outras colocações: “Você, meu amigo, recebeu essa mensagem?”

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